terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Caminho dazZzZzZzZzZzZz...


Olha gente, eu nunca escondi de ninguém minha enorme admiração pelo talento da Maga Patalógica, ops, Glória Perez. Imagino como deve ser difícil arranjar inspiração para tanta reciclagem descarada, como a que ela joga na cara do público a cada novelinha que escreve.

Até consigo visualizar a cena. Os executivos da globo percebem que estão precisando de uma novela cheia de estereotipos ridículos de alguma cultura "exótica", além de personagens manjados que já apareceram em todas as novelas da autora. Então o telefone da nossa querida Glorinha toca:

- Glória, manda aí uma novela no mesmo estilo de sempre.
E a querydah responde:
- É pra ontem.

Então ela pega o "roteiro" (força de expressão mode on) da incrível (de tão ruim) Explode Coração, mistura com um pouquinho da inigualável (de tão ridícula) O Clone, uma pitadinha da gloriosa (de tão Glória Perez) América e tchanammmm!!! Está pronta a fantástica história da mocinha de alguma cultura "exótica" (cigana, muçulmana, indiana, obrigatoriamente interpretada por uma modelo, ops, atriz que nem de longe tem os traços necessários para tornar o papel crível) que se apaixona por algum babaca brasileiro (dessa vez tiveram o bom gosto e sofisticação de colocar o lendário Márcio Garcia como galã... até me engasguei quando vi a chamada na tv). Genial não?

Soma-se a isso o núcleo do problema social que vai mobilizar o país até que a novela acabe e o povo volte a cagar e andar (crianças desaparecidas, drogas e alcoolismo, cleptomania, esquizofrenia). Inclusive, nessa Caminho das Índias podemos ter a felicidade (aham) de ver novamente a Zezé Mota participando desse núcleo e dando berros de cabrito, como ela fazia em O Clone quando a Mel entrava pra história ao ser a primeira pessoa a ficar louca de bala fumando maconha. Gente, ela gritava: "Méééélllll" - mas eu jurava que ouvia um cabrito com fome berrando: "Béééééé, bééé!!!" - agora ela repete o papel: "Meu féééélho, dééééésce daí mééééniiiiino, béééé, bééé."

E não pode faltar o barzinho cuja dona é uma gorda histérica e lançadora de bordões. Já teve a Dona Jura ("num é brinquedo não", rá, que engraçado, rá"), a Lucineide ("ô Salgadinhóóóóóóó, ishtop, ishhhhhhtoppp!!!) e agora tem a indiana sorridente cujo barzinho vend samosa (aquele pastelzinho indiano, diliça) e recebe a visita da Vera Fisher com sua cara de abajur desligado. Podem anotar: daqui a um mês o brasil inteiro vai estar falando alguma frase suuuuper engraçada que a dona do barzinho repete exaustivamente.

E pra completar tamanha demonstração de criatividade, inteligência e bom gosto (características pelas quais admiro Glorinha e suas novelas, AHAMMMMM) temos os indianos, muçulmanos, ciganos que dançam o dia inteiro, todos os dias e sorriem all the time, com aquela naturalidade pela qual os modelos, ops, atores da Globo são conhecidos. A visão estereotipada e, muitas vezes, preconeituosa da autora em relação a culturas diferentes sempre gera protestos, mas como se trata da Globo o povo mal ouve falar do bafafá.

Também já posso imaginar as paradas musicais brasileiras desse ano sendo lideradas por alguma cafonice techno misturada com ritmos indianos, como aconteceu com os ritmos ciganos, árabes e tal e coisa, nas novelas anteriores da querydah. Escolas de dança do ventre, ou sei lá que tipo de dança indiana também tem motivos óbvios para comemorar, até que a novela acabe, claro.

Mas dentre tanta coisa boa que se pode ver nessa nova obra prima (ao inverso) de Glória Perez, nada se compara ao comovente aplique de Juliana Paes. Lágrimas percorreram minha face quando vi um pedaço de cola branca segurando um tufo de cabelo na cabeça da aspirante a diva. Vai ver a Globo anda sem dinheiro pra contratar um cabelereiro decente, é a crise né, quem sabe esse é o mesmo motivo pelo qual Márcio Garcia e Victor Fasano estão na novela, faltou dinheiro... Snif, snif.

Mas vamos ser bonzinhos. Cristiane Torloni está ótima, como sempre... E até que a Juliana Paes tem mais cara de indiana que a Tereza Seiblitz de cigana (!!!!!!!) ou a Giovana Antonelli de muçulmana (morri.)

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